terça-feira, 19 de março de 2024

Tiro pela Culatra

Venho acompanhando, como cidadão comum e com certa apreensão, as informações sobre o surto de dengue que ocorre este ano no Brasil. Impressiona a quantidade de casos suspeitos ou verificados de quase 1,9 Milhão, somente nesses quase três meses de 2024. É um número record, desde quando se monitora, em 2000. É doloroso constatar que mais de 550 óbitos já foram confirmados. Vi hoje (19.03.24), na Folha de São Paulo, que a capital paulista supera a marca de 300 casos por 100 Mil habitantes o que se configura numa situação epidêmica, segundo a OMS. É impressionante, e até inacreditável, saber que essas ocorrências revelam um preocupante aumento de quatro vezes maior ao que foi registrado no mesmo período de 2023. O mais curioso, entretanto, foi descobrir que esse aumento exacerbado do aedes-aegypti vem se dando justamente após a prometida revolucionária solução de jogar no espaço brasileiro bilhões de mosquitos modificados geneticamente destinados a exterminar a própria espécie e, por conseguinte, a dengue reinante até então.
Cabreiro com essa noticia apressei-me pesquisar a respeito dessa invenção da inteligência humana. Descobri que o tal mosquito-solução, denominado OX5034, foi produto de uma alteração biológica, realizada por cientistas norte-americanos, para produzir filhotes fêmeas que morrem na fase de larva, antes de eclodir e crescer o suficiente para picar os humanos, espalhando a doença. De quebra, descobri, também, que apenas as fêmeas picam para obter sangue humano, necessário para amadurecer seus ovos. Os machos são, digamos, folgados e seletivos porque só se alimentam de néctar e, desse modo, não são transmissores da doença. Explicando um pouco mais, registro que o tal OX5034 vem programado para MATAR apenas as fêmeas. Tomara que as feministas não se revoltem, dessa vez. Restam, então, os machos sobrevivendo por várias gerações, passando os genes modificados para a prole masculina subsequente e levando ao fim essa espécie de mosquitos. Ora, meu Deus, se as nuvens de machos-exterminadores espalhados no Brasil terminou produzindo um efeito paradoxal, não falta quem levante a possibilidade de que, ao invés de machos, foram produzidas mais fêmeas! Erro laboratorial? Pergunta que já não cala! Desse modo, o Tiro saiu pela Culatra! Naturalmente que se trata de algo a ser averiguado. E pode gerar o maior fuxico politico. Da minha parte, garanto que estou vendendo o peixe pelo preço que comprei! Para completar, o mais sintomático ainda é ver esse investimento que se faz na compra da vacina Qdenga, fabricada pelo laboratório japonês Takeda que já vendo sendo aplicada nos brasileiros. Já se sabe, inclusive, que drogarias se apressam em aproveitar o nicho de mercado e comercializar a solução japonesa pela bagatela de R$ 349,90 uma dose. Eles avisam que a aplicação esta inclusa nesse preço. Ou seja, mais uma vez tem muita gente fazendo negócio com a miséria pública, quando na verdade o que falta é orientação para o público saber lidar com a situação. Dengue se combate eliminando focos do mosquito e não com vacinas. O Aedes Aegipti é um inseto urbano. Pouco se encontra nas regiões interioranas. Eles adoram a sujeira dos habitantes das grandes cidades. E para completar, se refastelam nessa época de verão quando a sujeira urbana se cristaliza. Quando as chuvas invernais começarem a lavar a imundice urbana eles irão d´água abaixo. Enquanto isso tem ministro de Estado dando a desculpa de que essa onda epidêmica do aedes aegypti é por conta do aquecimento global. Desconfio que ainda vamos enfrentar muitos problemas. NOTA: Foto ilustração obtida no Google Imagens.

segunda-feira, 4 de março de 2024

Insegurança nossa de Cada Dia

Pobreza, fome, analfabetismo, disparidades inter-regionais de renda, saúde publica falha, politica educacional também, governos míopes e somente interessados em se manter no poder, entre muitas outras mazelas fazem do Brasil, indiscutivelmente, um país com problemas endêmicos de difíceis soluções. O mais gritante, porém, é que, na atual conjuntura e, certamente, em decorrência dos percalços acima lembrados, a insegurança pública vem se revelando o nó mais difícil de desatar. Dia e noite, o cidadão comum, cumpridor das suas obrigações coletivas, é agredido por ações deletérias que vão das mais simples e bizarras às classificadas como mais estúpidas e fatais. A recente fuga – tenho pra mim que consentida pela carceragem igualmente bandida – dos dois prisioneiros confiados ao Presidio de Segurança Máxima de Mossoró, que sumiram do mapa, já se tornou emblemática na historia da insegurança brasileira. Imagino que se no ambiente tido como de segurança máxima ocorrem episódios dessa grandeza, o que dizer dos pequenos golpes perpetrados contra os cidadãos de bem, cumpridor das suas obrigações republicanas? Ah! Tem nada mais ignóbil e revelador da insegurança deste país do que a troca criminosa de etiquetas em bagagens despachadas no Aeroporto de Guarulhos (SP), com destino a variados pontos do exterior, por bagagens contendo narcóticos e drogas condenáveis internacionalmente, em nome de inocentes passageiros? É incrível, mas já se somam casos alarmantes de viajantes que são apreendidos e condenados ao desembarcar no exterior. São episódios criminosos inacreditáveis e que depõem contra a Nação no cenário internacional. Qual o passageiro que não se apavore em despachar sua bagagem naquele aeroporto? Eis aí um retrato cruel e a cores lúgubres da incompetência dos governantes de plantão. Como se sentir seguro numa grande metrópole brasileira sabendo que está sujeito às ações de verdadeiros facínoras, comandantes de hordas de desordeiros e assassinos, dispostos a disseminar o pavor e a intranquilidade da sociedade? Quantos casos fatais são levados a efeito diariamente nas ruas de São Paulo, Rio, Recife, Belo Horizonte, entre outras. Pior é registrar que as coisas se reproduzem em cidades de porte médio e interiores. Um dado curioso foi divulgado no último dia 27/02/24, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Publica e Raio X das Forças de Segurança Publica do Brasil, no qual foi constatada a redução dos efetivos policiais no Brasil, entre 2013 e 2023. Nesse período ocorreu uma diminuição de 6,8% dos policiais militares. Houve ainda uma redução de 2% no numero de policiais civis e peritos. Bom, tenho pra mim que seguir a carreira de policial já não seduz muito mais a turma do procurando posição no mercado de trabalho. As noticias divulgadas na mídia diária são desestimulantes devido à insegurança e o “poder” paralelo imposto pelos milicianos dos grupos de narcotraficantes incrustados nas franjas das metrópoles, que têm entre seus objetivo dar cabo aos esquadrões de policiais de combate aos grupos organizados de traficantes. Pobre Brasil, tristes brasileiros. Mas, tudo isso é o “grosso do mercado da insegurança” porque o “varejo” se multiplica de modo avassalador. É um picadinho de maldades que assusta o individuo ou uma comunidade, independente do local, da situação social ou do veículo de intervenção. São coisas muitas vezes patéticas. Os caras vivem bolando formas de “atuar”. Perdi as contas de quantas vezes recebo, por mês, golpistas se passando por meu filho e pedindo, pelo WhatsApp que eu pague urgente uma conta, vencendo naquela hora, e que ele está sem condições por razões das mais variadas. Claro que não caio nesse golpe. Outro também pelo WhatsApp é de uma suposta Central de Controle do banco, no qual mantenho minhas economias, pedindo autorização para validar uma compra, geralmente de valor vultoso. O Banco já fez circular uma Nota avisando que se trata de uma Falsa Central. Já imagino a confusão que será criada quando a tal da Inteligência Artificial (IA) pegar de verdade. Deus nos acuda.
Tem também a loucura dos ladrões de fios de cobre das redes elétricas ou de telefonia que deixam bairros e artérias sem energia ou comunicação. Outro dia, cheguei à academia de ginástica e fui informado que não haveria condições de trabalho porque a rede elétrica havia sido roubada durante a madrugada. Ri para não chorar! Como pode um negócio desses? Aliás, nessa mesma ocasião, o roubo entrou pelos fios da rede de eletrificação abastecedora da filial do Minuto Pão de Açúcar, da mesma rua e que resultou na deterioração de todo estoque de gelados e congelados causando um prejuízo incalculável à empresa. Parece mentira, mas, foi-não-foi, fico sem sinal de Internet, por conta de roubos da fiação da Provedora. Sistema subterrâneo, inclusive. Descobri que os cabos de cobre são vendidos a receptores canalhas que pagam a preço de ouro e alimentam essas cambadas de ladrões. Cansa. E, por falar em cansaço, vou ficando por aqui. Depois dessas “reflexões” tenho até medo de sair nas ruas.

domingo, 25 de fevereiro de 2024

Abusou do improviso

Indiscutivelmente o assunto da semana, e que ainda repercute, é sobre a infeliz fala do Presidente Lula, numa coletiva internacional, na Etiópia, comparando as ações de Israel na faixa de Gaza ao inqualificável Holocausto praticado pelo sanguinário Hitler na década de 40 passada, durante a 2ª. Grande Guerra. Infeliz, sobretudo, porque remete a uma possível intenção de colocar em cheque o Estado de Israel, parte ativa do conflito em tela. Sem sombra de dúvidas, o que está acontecendo em Gaza é algo deplorável e estarrecedor. Uma guerra de proporções dantescas em nome de resposta aos ataques terroristas de 7 de outubro perpetrado pelo Grupo Hamas. Nada, porém, pode ser comparado com o monstruoso processo do Holocausto. Este, na verdade, se constitui na página mais que negra da História da Humanidade. Algo singular e sem chances de repetição. Do meu ponto de vista, considero que o Presidente brasileiro deixou-se tomar de forma desmedida pelo seu pretenso projeto de estadista de nível internacional e terminou tropeçando no improviso, diante daquela plateia de Addis Abeba, capital da Etiópia. Duvido que haja recebido aprovação do corpo diplomático brasileiro. Faltou mais diligência dos assessores politico-diplomático da presidência. Imagino que o patrono da Diplomacia Brasileira, o Barão do Rio Branco, deve ter se revirado na urna mortuária diante de tanta incompetência. Fico mais pasmo diante do fato de que não haja qualquer sinal de pedido de desculpas pelo lamentável tropeço politico. Não tem sido à-toa que embaixadores sejam chamados a fornecer subsídios que levam a uma distensão do mal-estar resultante entre as duas nações. O Brasil é tradicional parceiro politico e comercial de Israel e isto vem provocando um tremendo afastamento, culminando com a consideração de Lula como uma persona non-grata em Israel. Dessa forma, adeus projeto de estadista internacional ou premio de Nobel da Paz que ele ousa perseguir.
Por outro lado e pensando bem, é lamentável que estejamos em pleno Século 21, às voltas com conflitos de guerra devidos aos interesses espúrios de lideres políticos que, na verdade, lutam por um lugar de destaque de estadistas históricos e que desesperadamente buscam maneiras de inflar seus prestígios políticos e preservarem-se no topo do poder. É dessa forma que se comportam os dois principais personagens dos conflitos que nos afligem: Vladimir Putin e Benjamim Netanyahu que são dois mandatários de baixíssimas popularidades nos seus respectivos domínios e se valem de qualquer oportunidade de “faturar” popularidade. O Hamas não calculou corretamente a onda que provocou e deu no que deu. Além de serem desumanos e terroristas provocaram uma bagunça ilimitada no tabuleiro da geopolítica mundial que já vinha se desarrumando pelas investidas destruidoras do “ditador” russo sobre a frágil Ucrânia. Por fim, é patético perceber que o presidente do Brasil se meta nessas confusões históricas da humanidade, conforme descrevi em outro recente post, sem que, no fundo, no fundo, acredito que nem faça ideia das razões que essa gente se engalfinha ao último nível de degradação que é uma guerra muitas vezes fraticidas. Cuida do teu terreiro Lula, onde ¼ da população não dispõe de serviços sanitários, faltam politicas efetivas para a melhoria da saúde pública historicamente abandonada, a insegurança publica mata mais do que as guerras comandadas por Putin e Netanyahu, as prisões de (in)segurança máxima são puras balelas, a educação básica é falha e o cidadão do futuro é mal preparado para o porvir.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

Confete e Serpentinas

E lá se foi mais um carnaval. Já curti muitos desses. Sempre achei que não existe festa melhor do que essa. No passado, quando chegava a quarta-feira de cinzas eu marejava os olhos ao som dos últimos acordes do hino de Vassourinhas. “Como uma coisa tão boa assim só dura três dias?” perguntei muitas vezes. Arroubos da juventude, claro. Hoje a visão que tenho é outra. Há pelo menos dez carnavais estive ausente da folia local. Viajei, retirei-me ao refugio interiorano e evitei as multidões. Este ano, porém, por razões familiares fiquei no Recife e dei rápidos giros por Olinda e Recife. Senti-me quase como um “peixe fora d´água”. Achei tudo muito diferente do passado. E passado recente, mesmo. Indiscutivelmente, não posso negar, foi um belo festival de cores, músicas e fantasias tudo quanto assistimos, no Recife e Olinda, na semana que finda. Ainda assim, muita coisa merece ser lembrada por quem já viveu o tanto que já vivi e curtiu o tanto que já curti. Haverá quem me entenda. Começo por uma coisa simples e esquecida na recente semana de folia: confete e serpentina. Não posso entender essas ausências. Quantos amores nasceram de um punhado de confete? E muitos outros com “ataques” de serpentina atirada de distante? Pode parecer ingênuo para os jovens de hoje, mas, funcionava. Pelo meu retrovisor, recordo que cheguei a alcançar o corso na avenida e nas ruas dos bairros de São José e Boa Vista do Recife. Do janelão da casa dos meus avós paternos observei desde criança o desfilar dos foliões, carros enfeitados, jovens e velhos fantasiados, blocos e troças carnavalescas, numa alegria contagiante que como um vírus se impregnou no meu corpo e na minh’alma pernambucana. Quando proibiram o uso do lança perfume e inventaram as cabulosas bisnagas d´água como uma infame substituição, o clima de alegria sofreu um inesperado debaque. Não durou muito e surgiram as famigeradas pistolas d´água, que terminaram deteriorando a beleza do corso tradicional e instaurando a volta do historicamente proibido entrudo (tipo de carnaval, comum no século 19, em que os brincantes lançavam uns aos outros baldes d´água, farinhas, limões de cheiro, areias finas). Nos anos 60 e 70, essa modalidade de corso se desenvolveu e participei com entusiasmo, até o momento em que elementos deletérios, marginais da sociedade, resolveram misturar produtos químicos prejudiciais à saúde pública e individual. A coisa ficou perigosa e o carnaval da sociedade foi arrastado de vez, com toda força e animação para os salões dos clubes sociais. Decorriam os anos 70 e 80 do século passado. Foram carnavais formidáveis. As noites de folia lotavam os salões das principais agremiações sociais da cidade e deixavam saudades. Nada podia ser comparado àquela animação contagiante. Contudo, importante lembrar, as associações carnavalescas populares resistiram ao tempo e às mudanças sociais mantendo viva a cultura popular pernambucana. Blocos de frevo, maracatus, caboclinhos, as debochadas troças carnavalescas e os blocos líricos foram resilientes e atentos, alimentando os bons costumes da época.
Nessa onda do movimento de manutenção das tradições, um grupo de moradores do bairro de São José, liderado pelo folião local, Enéas Alves Freire, idealizou e fundou o Clube de Máscaras Galo da Madrugada. Foi certamente a mais bem sucedida ideia para resgatar o carnaval de rua do Recife. De uma simples agremiação, com poucos integrantes, que percorria as principais ruas do bairro, ao amanhecer do sábado de Zé Pereira, o bloco tomou folego, cresceu e se tornou, segundo o GuinessBook, no maior bloco de carnaval do mundo, além de símbolo macro do nosso contemporâneo carnaval. Fala-se de 2,5 Milhões de brincantes, neste recente carnaval. É uma marca ainda discutida.
Mas, por questão de justiça, convém destacar que essa resistência teve na Velha Olinda seu quartel general, preservado até hoje. Ali ocorre a cada tríduo momesco uma explosão de alegria atraindo foliões do Brasil e do exterior, subindo e descendo ladeiras, atrás dos tradicionais blocos, como Pitombeiras dos Quatro Cantos, Elefante, Homem da Meia-Noite e Bonecos Gigantes. (Vide Foto acima). Este ano foi estimada uma afluência de 3 milhões de pessoas. E no Recife, desde os anos 90, as autoridades municipais promovem festividades em diferentes polos de animação, com destaque para o que se leva a efeito no bairro Antigo, da cidade. A cidade para com a chegada de Momo! (Vide foto a seguir, Marco Zero do Recife)
Mas, aproveitando a esteira do assunto da falta de confete e serpentina, não posso deixar de criticar, lamentando, o desprestigio que o ritmo do frevo vem sofrendo. Ouve-se muito pouco frevo nos nossos atuais festejos. Ora, o frevo é uma identidade raiz do nosso carnaval. Não tenho noticia de novas composições. Quando muito se ouve Vassourinhas. Desapareceram os concursos pré-carnaval. Lastimável. Pior é perceber que ritmos alienígenas invadem nossa festa de modo escancarado em detrimento dos valores locais e com a aquiescência das autoridades competentes. Nas festas de espaços privados, então, que se multiplicam pela cidade, com ingressos a peso de ouro, o frevo é esquecido e substituído por axés, raps, bregas, sertanejos, forrós, entre outros ritmos. Sinceramente, carnaval pernambucano sem confete, serpentina e frevo deixa muito a desejar. Vá lá que haja “modernização”, com trios elétricos no Galo e equipamentos de ponta nas festividades. Isso é tolerável e necessário. Mas, não deixemos o frevo morrer. No próximo ano, aqui estando, vou montar um posto de venda de confete e serpentina na esquina da Avenida Rio Branco, no Recife Antigo, auxiliado por uma caixa de som tocando somente frevos. NOTA: As fotos ilustrações foram tiradas do Google imagnes. A do Galo foi publicada pelo Jornal Folha de Pernambuco.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Voltei ao Japão

Quem já viveu o tanto que vivi é testemunha de fantásticos inventos, experimentos e descobertas. Tudo que se enquadre no que se convenciona chamar de modernidade é simplesmente fascinante. Indiscutivelmente, todo individuo se encanta com qualquer novo invento. O maior exemplo dos tempos modernos e causador da maior revolução socioeconômica mundial são os avanços e massificação dos recursos oferecidos pela moderna Tecnologia da Informação (TI) em beneficio do bem-estar e segurança. É um tema para muitas postagens que exige sempre análises mais profundas e sempre atualizadas, coisa que não é minha praia. Não passo de um simples usuário. Meu foco hoje é sobre essa maravilha que se chama realidade virtual. Tem coisa mais fantástica do que isso? Deve haver porque os “cientistas loucos”, graças a Deus, não dormem. Mas, já é formidável curtir (o termo atual é este) essa coisa que aporta, inclusive, às nossas mãos graças a esse invento massificado que se chama telefone celular. É muito mais do que um telefona porque os recursos são ilimitados. Deus me livre de estar distante do meu. Não largo dele! Pois bem. Esta semana, mais do que nunca agarrei do meu iPhone e terminei fazendo uma longa viagem virtual de retorno ao Japão. Explico. Tenho um filho, José Antônio, mais conhecido profissionalmente como Tico Brazileiro, que abandonou a carreira da advocacia e, mudando de rumo, optou pela moderna “profissão” de influenciador digital ligado aos assuntos da aviação e turismo. O cara vive no meio do mundo. É um verdadeiro globe-trotter. Entende como poucos de aviões, empresas aéreas, locais turísticos e tudo quanto a esses temas se relacionem. Já rodou o mundo inteiro e já passa da marca de 1 Milhão de quilômetros voados. Contudo, faltava baixar no Japão e foi pra lá que resolveu viajar na semana passada. Ainda está por lá enquanto redigindo este post. Acontece que como já estive no Japão por duas ocasiões, uma das quais por três meses, não escapei de ser convocado para assessorá-lo na montagem de um programa de viagem atrativo, objetivo, seguro e barato. Ele é mestre em viagens com milhagens dos programas de fidelidade das empresas do mundo inteiro. Administra mentorias sobre as formas e vantagens desses programas. E tem mais, só voa de classe executiva ou de primeira. Um craque nessa seara. Cheio de prestigio nos ares. Como a maioria das aeronaves oferece rede de wi-fi já viajo com ele desde que decola daqui do Brasil.
Pois bem. Montei a programação, apontei as localidades mais atrativas e tudo vem dando certo ao ser cumprida. Curioso e o melhor de tudo é que, em estando por lá, ele me chama com muita frequência por vídeo-chamada do Whats-App e comenta, percorre e me mostra os principais pontos turísticos que visita, fora as passagens por restaurantes, templos, metrôs, trens (inclusive o veloz Shikansen), comercio, novidades tecnológicas, povo, hábitos, cultos e tudo que aparece pela frente. Resultado é que estou viajando virtualmente com ele. Fabuloso. Há uma semana que não durmo bem. Afinal um fuso horário de 12 horas de diferença me obriga a ficar de olho e ouvido apurados. Ele tenta me poupar durante a noite daqui, mas, a minha ligação se tornou tão forte que vem sendo difícil. Até já sonhei num dos cochilos mais longos que estava dando um rolê no trepidante bairro em Shinjuku, onde vivi por três meses nos anos 80.
Hoje o Tico está em Kyoto, antiga capital japonesa, cercada de belíssimos templos, magníficos parques, bairros antigos, com cultura preservada rigorosamente. Nesse contexto orientei meu filho a explorar as mais importantes localidades de Tóquio e Kyoto e respectivos arredores. A sensação de acompanhá-lo nessa agenda garanto que foi uma das mais gratificantes de viver nestes tempos de tão grande modernidade. Por coincidência o Japão oferece uma ilimitada gama de novidades que, com razão, vem fascinando meu filho. Dá gosto observar o entusiasmo do moço a cada volta na Terra do Sol Nascente. Vide Fotos ilustrações.
Vivenciando essa experiência lembro com saudade, e certo lamento, do sofrimento da minha falecida mãe, quando aos 22 anos de idade me mandei para cumprir uma bolsa de estudos coberta pela USAID (Agencia de Cooperação Internacional dos Estados Unidos) na Escola Interamericana de Geodésica, localizada na Zona do Canal do Panamá, enclave norte-americano àquela época. As comunicações estavam longe de ser essa maravilha de hoje. Malmente tínhamos um telefone fixo. Uma pobreza sem tamanho. Minha pobre mãezinha quase morre de desespero por não receber noticias imediatas da minha situação. Uma misera carta chegou ás mãos da coitada depois de 12 dias. Só sei que ela foi atendida, pela primeira vez, numa emergência cardiológica. Triste lembrança. Ela ainda alcançou o tempo dos celulares, mas nem imaginava o que seria o WhatsApp. Sou mais felizardo do que ela. Acompanhei meu filho passo-a-passo e retornei ao Japão sem sair do meu escritório, sofá ou cama. Viva a modernidade! NOTA: As fotos-ilustrações são do Arquivo Particular do Blog e tomadas pelo Tico.

terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Ano Novo e mesma vida

Mês de janeiro avançando, quase findando, e levando de vez as quimeras de que um mundo novo estava por vir, ao romper do ano, conforme prometido pela mídia durante os festejos natalinos e do réveillon. Ano Novo, Vida Nova! Bom seria... Sem querer ser pessimista durão concordo que devemos sempre alimentar esperanças. E até tentei. Mas, não vi nada de novo neste ano que se inicia. Dessa vez, nem o Governo é novo, que apesar de tudo poderia ser mesmo uma novidade. As guerras não cessaram, o Japão sofreu mais um terremoto, Donald Trump volta fazer campanha presidencial, Putin não recuou na Ucrânia, Israel continuou destruindo a Faixa de Gaza e Lula continua incrementando a agenda de “turismo” com Janja. Já o nosso povão deixou tudo de lado e saiu pra curtir o verão e as praias, marcando passo para emendar com o carnaval – dessa vez bem mais cedo – esperando a ficha cair dando conta que é ano novo. Neste item, inclusive, a turma faz questão de confirmar a ideia de que no Brasil o ano só começa depois do carnaval. Coisa que, aliás, não é novidade, também. É tudo velho e muita coisa é dentro do velho e tradicional roteiro.
Mas, não fiquei parado e fui conferir a mesmice das vidas mais adiante. Tomei assento num desses cilindros metálicos avoantes e fui parar no Centro-Oeste. Fui beijar uma preciosa pedra familiar na aprazível cidade de Goiânia, capital do estado de Goiás. Confesso sentir um grande prazer aterrissar no Santa Genoveva e ganhar uma cidade jovem e vibrante, nada comparável com o Velho e secular Recife. Moderna, bem traçada, abundantemente verde, repleta de parques e local de uma gente hospitaleira.
Ali não se vê engarrafamentos de transito, pedintes ou limpadores de para-brisas nos semáforos, nem moradores de rua. Ao invés disso é notório perceber que se trata de uma cidade onde corre a pujante riqueza gerada no agronegócio da região e, ainda,base econômica nacional.(Fotos acima). É prazeroso circular nas amplas e longas avenidas, visitar os bairros nobres com seus arranha-céus e suas mansões bem desenhadas, bem como os locais periféricos que revelam um Brasil mais digno em urbanismo, moradias e gente feliz. Naturalmente que existem pobreza e problemas, mas, num nível bem mais administrável que noutras regiões e metrópoles brasileiras. Comer um pastel de feira delicioso e tomar a cerveja mais gelada do Brasil, não tem preço e é somente possível em Goiânia, nos incontáveis bares e restaurantes da cidade. E, no capitulo gastronomia é fundamental aproveitar as delicias regionais, como um arroz de pequi, e não perder a chance de um bom churrasco goiano. Se Goiânia deixou-me com vontade de voltar e ainda provoca-me saudades o mesmo não posso dizer da minha velha paixão que é São Paulo. Voltei para uma rasante, antes de retornar ao Recife. Não tenho dúvidas que é por lá que tudo acontece. Mais do que nunca. A Paulicéia continua sendo a locomotiva do país. Os sinais são sempre muito visíveis, começando pela dinâmica frenética dos aeroportos. É impressionante a movimentação de gente num Congonhas, por exemplo. Um formigueiro humano. Parece mais uma dessas rodoviárias em dia de Natal, quando os viajantes se esgueiram na luta por uma passagem dum ônibus extra com destino à cidade de papai e mamãe. O mais curioso é que o aeroporto de Congonhas foi remodelado, anos recentes, mas os arquitetos subestimaram a demanda pelo transporte aéreo do país. As aeronaves que embarquei estiveram, inclusive, literalmente lotadas. Alta estação é verdade, mas, de todo modo surpreende. Mas, não é somente de aeroportos que quero comentar. O que mais me surpreendeu em São Paulo de hoje é a insegurança reinante. Instalado numa região nobre, recebi inúmeras recomendações de dobrar os cuidados ao circular. Senti-me inseguro por vários momentos. Portar livremente o celular nem pensar. Motorista do taxi relatou-me que, mesmo com vidro levantado, os assaltantes quebram com uma pedrada e arrebatam seu celular. Impressionante. Circular a pé nas redondezas, à noite, é inteiramente desaconselhável. Memso nos bairros mais nobres e zonas de franco comércio ha moradores de rua arranchados em total penuria. Vide foto a seguir, colhida pelo Blogueiro, na manhã de sábado, no elegante bairro do Itaim. O Cão é guardião do morador para protege-lo de outros moradores pedintes. Incrivel constatação.
Chama atenção a quantidade de vigilantes-seguranças nas portas de restaurantes e negócios comerciais. Fiquei sabendo que um dos negócios mais rentáveis é para empresas que instalam blindagem em veículos particulares. Sai impressionado. Já morei uma época em São Paulo e recordo a cidade que vivi e pela qual me apaixonei. Hoje, porém, temo pelos familiares que lá vivem e quase desanimo de visitá-la ,bem como lamento haver feito estes registros. O ano é novo, a vida é velha, mas a vontade de viver é a mesma. Salve 2024 com o fim do recesso e a volta do Blog!NOTA: as fotos de Goiania foram colhidas no Google Imagens. A terceira foto é da autoria do Blogueiro.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

De repente é Natal

Não sei se todos e todas sentem como sinto que este ano passou muito rápido. E, de repente é Natal. Logo em seguida, acaba o ano. Nem sei como classificar o ano que finda e só sei lembrar que não foi dos melhores. Acredito que para o mundo como um todo. Guerras, conflitos infrutíferos, disputas politicas, soluções ameaçadoras, lideres em constantes desacordos, pobreza em expansão, meio ambiente deteriorado e agressivo – 2023 vem sendo considerado o ano mais quente de todos os tempos – com secas, tempestades extemporâneas, vendavais e, enfim, inúmeros fenômenos nunca dantes observados. É desesperador assistir ao desenrolar arrasador dos dois grandes conflitos que se travam na Europa e no Oriente Médio, vitimando fatalmente e mutilando uma infinidade de seres humanos, em nome de pretensas soberanias territoriais. Dói e causa curiosidade ter ciência que reina uma inédita seca na bacia amazônica ou saber da redução surpreendente da região lacustre do Canal do Panamá prejudicando gradativamente aquele importante curso d´água para a navegação intercontinental. Triste saber que os resultados práticos da COP28 que terminou nesta semana, em Dubai, não foi dos melhores e nem produzirá os efeitos desejados. Na prática representa uma frustração para os defensores do planeta que, como me expressei na última postagem, “pede socorro”. Aqui, perto de nós, a irresponsabilidade técnica de empresas com ambições desmedidas está levando meia cidade ao desespero ao ver afundar seu solo. Falo de Maceió, capital do estado de Alagoas numa situação que já se constitui num caso desesperador e sem solução. Contudo, é Natal, apesar de tantos pesares. O mundo cristão pede uma parada para festejar a natividade do Salvador e chamar os fiéis para um encontro com a paz. A paz que começa em cada um de nós. A paz que estimula a união das famílias e dos povos. A paz que quando exercida na sua plenitude enche de luz e alegria as zonas escuras deste mundo cheio de conflitos. Neste tempo do Advento, pois, que sejamos todos nós portadores de gestos de amor, exercitando momentos de reflexões e esperanças, que venham se multiplicar e atravessem fronteiras das mais distintas, das menores às mais extensas e longínquas. Para o Blog do GB foi, sem dúvidas, foi mais um ano auspicioso e mesmo ao cumprir seus princípios editorias, viu-se nas circunstancias de apurar e tratar de temas desagradáveis e tecer critica. Sempre na intenção de informar, esclarecer ou repercutir fatos da vida que segue acelerada. Foi o caso da postagem sobre o episodio do 8 de janeiro, em Brasília. Neste contexto, então, é hora de agradecer àqueles que foram fiéis em nos acompanhar a cada edição, lendo, comentando e compartilhando. Um Blog resiste ao tempo e ao espaço quando recebe afetivos apoios de seguidores que não somente leem, mas também comentam interagindo de maneira adequada. Graças a isso já se vão 16 anos sempre animadores. Aos leitores estrangeiros, um número que cresce a cada ano, os especiais agradecimentos e a renovação de desejo tê-los de volta e contribuindo com o esforço. No mais, o Blog do GB tem a alegria de desejar, com muito AMOR, aos leitores e leitoras um Santo Natal junto às suas famílias, assim como esperar que 2024 venha com perenes luzes de Paz e Felicidades para cada um e para o Mundo como um todo. É de PAZ que precisamos, mais do nunca!NOTA: Ilustração obtida no Google Imagens. NESTE 15 DE DEZEMBRO, O BLOG ENTRA NO HABITUAL RECESSO DE FIM-DE-ANO, VOLTANDO EM 15 DE JANEIRO DE 2024, OU EM MOMENTO EXTRAORDINÁRIO, SEMPRE CONTANDO COM O FUNDAMENTAL APOIO DOS SEGUIDORES.

Tiro pela Culatra

Venho acompanhando, como cidadão comum e com certa apreensão, as informações sobre o surto de dengue que ocorre este ano no Brasil. Impressi...